
Os carros brasileiros, que no passado chegaram a ser chamados de “carroças” pelo então presidente Fernando Collor de Mello, estão agregando cada vez mais tecnologia. A revista Autodata, que fez uma edição especial sobre o futuro da indústria, mostra como os veículos hoje possuem mais eletrônica embarcada do que as naves espaciais que viajaram à Lua no final dos anos 1960. E a transição energética fará com que, em breve, eles incorporem uma diversidade ainda maior de soluções tecnológicas.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil, reforça na revista que a empresa já oferece inteligência artificial automotiva embarcada, desenvolvida na própria subsidiária brasileira, por meio do assistente virtual conhecido como Otto, que estreou a bordo do recém-lançado Tera, um SUV compacto de entrada que, em sua categoria, populariza o avanço tecnológico.
A cabine dos carros de hoje se distancia cada vez mais daqueles de antigamente, nos quais a interface entre motorista e máquina se limitava à direção, a três pedais e a um painel com um velocímetro e um indicador de combustível. “A integração tecnológica faz com que os carros se tornem verdadeiros softwares sobre rodas, com painéis que lembram tablets e aplicativos que moldam a experiência do consumidor”, explica Camilo Adas, conselheiro de tecnologia e transição energética da SAE Brasil.
Masao Ukon, diretor-geral do Boston Consulting Group, calcula que até o final da década mais da metade dos veículos fabricados no Brasil será eletrificada. E Gabor Deák, diretor de tecnologia e sustentabilidade do Sindipeças, diz que o futuro da mobilidade estará sob o conceito da sigla CASE, que, em inglês, significa veículos conectados, autônomos, compartilhados e elétricos.
Sobre a forma de propulsão dos carros, tudo indica que haverá a convivência entre diferentes tecnologias, com os elétricos e híbridos dividindo espaço com biocombustíveis, como etanol e biometano, já que o Brasil tem vantagens econômicas importantes para adoção desse tipo de combustível.
No mesmo tom, o Estadão publicou uma reportagem mostrando como a tecnologia está tornando os carros mais seguros, e como as seguranças passiva e ativa alcançaram outro patamar com tecnologias como conectividade, conjuntos de radares e sensores, câmeras, Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT).