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Dicas Mobil

Sopa de letras: o que significam as siglas dos lubrificantes 

Todo mundo alguma vez já olhou para a embalagem de um óleo para motor e ficou sem entender nada, ao ler aquele monte de siglas e números: API, SAE, ACEA, entre outros. O que significa isso, e para que serve? Quem quiser entender pode ficar tranquilo, não é tão complicado como parece – em cada caso, as letras e números seguem uma ordem lógica, e representam gerações diferentes de padrões e tecnologias. Veja só: 

  • SAE é a sigla em inglês da Sociedade dos Engenheiros Automotivos (Society of Automotive Engineers), foi o primeiro sistema de classificação de óleos automotivos criado no mundo na primeira década do século passado. Este sistema é baseado na propriedade mais importante de um óleo lubrificante, a viscosidade. Quando foi criada, a SAE definiu graus de viscosidade para baixas temperaturas, quando do inverno rigoroso com temperaturas abaixo de zero, como SAE 5W, 10W ou 15W, e altas temperaturas, quando do verão, como SAE 30, 40 ou 50. A estes óleos denominamos de monograus ou monoviscosos. Com a evolução tecnológica da indústria de lubrificantes, na década de 50, foi possível formular óleos do tipo 5W-30, 15W-40 ou 20W-50, chamados de multigraus ou multiviscosos. Ela mostra o quão fluidos são os óleos em diferentes temperaturas, sendo representada por um conjunto de números e letras como “SAE 5W-30”. O primeiro número, ao lado da letra “W” (de “Winter”, inverno em inglês) indica a viscosidade do lubrificante em baixas temperaturas, quando ele cumpre a função de proteger o motor durante a partida. O segundo número representa a viscosidade com o motor aquecido, quando o óleo, além de manter uma película lubrificante para garantir proteção contra o desgaste, deve evitar a formação de depósitos para manter o nível de limpeza das peças e atuar na dissipação do calor gerado no sistema 
  • API significa Instituto Americano do Petróleo (American Petroleum Institute). Introduzido no início da década de 40, identifica o tipo de motor para que o óleo é indicado e classifica os óleos principalmente em relação à performance para motores a gasolina (“S” – de Spark, que significa centelha) e a diesel (“C” – Compression que significa compressão). Ao lado da letra S ou C, utiliza-se uma segunda letra em ordem alfabética crescente, que define o nível de performance ou desempenho do óleo lubrificante. Portanto, quando se compara um óleo API SP com outro API SN, este último é mais antigo e o SP mais moderno. As siglas são usadas para identificar as diferentes gerações de motores e exigências de performance, de modo que os óleos mais modernos superam os mais antigos. Ou seja, os testes da categoria API SP são mais rigorosos do que os de todas as categorias anteriores e assim sucessivamente. A categoria mais recente do API, introduzida em março deste ano, é a SQ. Para veículos a diesel, as siglas começam com a letra C: CH-4, CI-4, CJ-4, e assim por diante. O número 4 indica o ciclo de funcionamento do motor, ou seja, motor 4 tempos (admissão, compressão, combustão e exaustão). A categoria mais recente em vigor é a API CK-4. 
  • ILSAC é a sigla em inglês para Comitê Internacional de Padronização e Aprovação de Lubrificantes (International Lubricant Standardization and Approval Committee). Ele foi criado em 1992, num acordo entre a associação americana de fabricantes de automóveis (AAMA) e a associação japonesa (JAMA), e seu foco é principalmente nos carros de passeio, com foco em testar tecnologias de óleos que pudessem contribuir para economia de combustível. Porém, ampliou seu escopo e acrescentou outros requisitos como redução de emissões, melhor desempenho em partidas a frio, compatibilidade com vedações, proteção ao desgaste por LSPI (pré-ignição a baixas rotações), maior nível de limpeza, entre outros. O Comitê define os padrões dos lubrificantes de acordo com as gerações dos motores, então em uma sigla como ILSAC GF-6A, ou ILSAC GF-6B, GF significa movido a gasolina (“gasoline fueled”, em inglês), o número 6 indica que é a sexta geração. A letra “A” do final indica que é um óleo compatível também com gerações anteriores (0W-20, 5W-20, 0W-30, 5W-30 e 10W-30), enquanto a letra “B” se aplica a óleos de viscosidade ainda menor (SAE 0W-16), e não é compatível com especificações antigas. 
  • ACEA é a sigla da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (Association des Constructeurs Européens d’Automobiles, escrita em francês, mas as letras acabam ficando igual à sigla em português). Introduzida no início da década de 90, suas normas abrangem veículos leves e pesados, de acordo com o tipo de combustível, e classificam os lubrificantes com base na viscosidade em alta temperatura, o alto cisalhamento (HTHS) e o teor de substâncias como cinzas sulfadas, fósforo e enxofre (que em inglês formam a sigla SAPS). Em função dessas diferenças, classifica os lubrificantes com letras e números: “A / B” se referem a carros de passeio gasolina e a diesel consecutivamente, “C” a veículos com DPF (filtro de partículas diesel) ou GPF (filtro de partículas gasolina) e catalisadores, e “E” a motores de veículos diesel pesados. Os números, como 2, 3 ou 4, se referem a exigências técnicas que relacionadas a economia de combustível, intervalos de trocas prolongados, tecnologia de motores e sistema de redução gases poluentes, entre outras. Por fim, como ocorrem revisões periódicas, o último número diz respeito a ano da revisão. 
  • Especificações dos fabricantes.  Além das entidades internacionais, existem diversas especificações desenvolvidas especificamente por cada fabricante de automóveis, de acordo com as características técnicas de seus veículos. Por exemplo, “MB Approval 229.31” e “MB Approval 229.51” são especificações da Mercedes Benz, enquanto “BMW Longilife 04” é uma especificação da BMW, e “VW 504 00”, da Volkswagen, GM Dexos 1 ou GM Dexos 2, e assim por diante.  

Sempre que um fabricante lista uma especificação para seu carro, é fundamental que o lubrificante atenda – ou supere – esses requisitos, para garantir a proteção do motor, a economia de combustível e o tempo de vida útil do motor e das peças. A linha Mobil™ possui lubrificantes para todas as especificações exigidas no país. Encontre o óleo certo para o seu motor aqui, e rode com tranquilidade!